Na minha experiência com os portadores de TDAH, sempre me intrigou o modo como esses sujeitos conversavam no cotidiano. Eu observava uma certa confusão e ficava com a sensação de que muito da conversa havia se perdido. Em vários momento, os participantes falavam ao mesmo tempo, mudavam de assunto sem avisar, faziam pausas por um tempo muito longo como se estivessem desinteressados do assunto. Em suma, parecia que a conversa dificilmente era bem sucedida.
Fiquei curiosa com essas observações, pois hoje em dia saber conversar é fundamental na vida das pessoas. Saber o quê, como, onde, quando e com quem conversar pode definir um perfil acadêmico, social e profissional! Como dizia o velho guerreiro Chacrinha: "Quem não se comunica, se trumbica!"
Como poderá ser o futuro profissional de um repórter que sempre se distrai enquanto o entrevistador responde à pergunta, ou por impulsividade frequentemente faz outra pergunta antes de ouvir a resposta completa? Como poderá ser o futuro de um psicólogo que constantemente fala em demasia, e interrompe e se intromete na fala dos pacientes?
Essas perguntas que rondaram meus pensamentos durante alguns anos me levaram a questionar se a competência comunicativa pode estar prejudicada nos portadores de TDAH. Caso afirmativo, por quê? E o onde se insere, nesse caso, a Fonoaudiologia, ciência que tem como objeto de estudo as alterações e patologias que acometem a comunicação humana?
A partir dessas indagações, iniciei minha pesquisa teórica sobre o assunto para a minha monografia de conclusão do curso de graduação em Fonoaudiologia. Ontem, defendi minha monografia com sucesso e indicação para realizar a pesquisa de campo. Com isso, espero contribuir com novos achados sobre o TDAH.
Arnete de Almeida Faria
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Assisti a apresentação e gostei muito de poder compreender a dificuldade que o TDAH tem para se comunicar! Parabéns pela monografia!
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